Polícia Federal deflagra operação contra grupo empresarial investigado pelo MPT em Pernambuco desde 2015

A Polícia Federal (PF) de Pernambuco deflagrou, nessa quarta-feira (5), a Operação Background para cumprir 53 mandados de busca e apreensão, além do sequestro e bloqueio de bens e valores de investigados, contra o Grupo João Santos. Um dos maiores conglomerados empresariais do Nordeste, com atuação nacional, o Grupo é investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco desde 2015.

Após constatar atrasos no pagamento de salários e benefícios trabalhistas de funcionários de 13 empresas do Grupo João Santos, o órgão ministerial informou à PF, em 2018, que o conglomerado estaria com dívidas trabalhistas e impedia, através da omissão de patrimônio, a quitação desses débitos. Conforme a PF deu início à investigação, foram encontradas mais de 40 empresas do Grupo interligadas no esquema de omissão de bens. De acordo com o último balanço, feito em 2018, mais de 7 mil trabalhadores foram prejudicados e as dívidas trabalhistas do Grupo já ultrapassavam R$ 70 milhões.

Um dos principais objetivos da investigação, nesta fase de apuração de bens, é permitir que esses trabalhadores prejudicados recuperem os seus direitos. A Justiça do Trabalho, inclusive, já deu ganho de causa, em 2019, à Ação Civil Pública (ACP) movida pelo MPT em Pernambuco contra os atrasos salariais. "O intuito é realmente liquidar esses bens que estão sendo encontrados, fazer a venda das obras de arte, dos carros, de tudo, para que a gente pague os trabalhadores e as dívidas tributárias. Os salários das pessoas têm prioridade nesse ranking de pagamentos", destacou a procuradora do Trabalho Débora Tito, que faz parte da equipe envolvida na busca.

A procuradora do MPT em Pernambuco Débora Tito, que faz parte da equipe envolvida na Operação, falando à imprensa sobre o caso na quarta-feira (5)
A procuradora do MPT em Pernambuco Débora Tito, que faz parte da equipe envolvida na Operação, falando à imprensa sobre o caso na quarta-feira (5)

A investigação, que conta com o apoio da Receita Federal (RF) e da Procuradoria Regional da Fazenda Nacional da 5ª Região (TRF5), apura, ainda, a prática de crimes tributários, financeiros, de fraude à execução, de organização criminosa e de lavagem de dinheiro por parte de integrantes do Grupo.