Parceiros destacam balanço positivo da campanha contra o Trabalho Infantil de 2020

Brasília - “Se tem muita pressão não desenvolve a semente, é a mesma coisa com a gente (...) é muito triste, muito cedo, é muito covarde cortar a infância pela metade”, diz um trecho da música “Sementes”, gravada pelo cantor e rapper Emicida e pela cantora Drik Barbosa, e que marcou a campanha nacional do trabalho infantil de 2020. Realizada pelo Ministério Público do Trabalho em parceira com a Justiça do Trabalho, a Organização Internacional do Trabalho e o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, a campanha deste ano alertou para o risco de crescimento da exploração do trabalho infantil em razão dos efeitos da pandemia de Covid-19.

Durante todo mês de junho, o tema do combate ao trabalho infantil inundou as redes sociais dos parceiros e ganhou adesão importante de artistas, músicos, cantores, atletas: tuitaço contra a exploração de crianças e adolescentes, postagem de vídeos com a mensagem clara de "não ao trabalho infantil"e o apelos contundentes para denunciar a prática que reforça a desigualdade social no nosso país. Confira aqui alguns dos muitos que abraçaram a causa.

Até o Papa Francisco aderiu ao combate ao trabalho infantil, por meio da leitura da Carta de Aparecida, realizada no dia 12 de junho - Dia Mundial de Combate Ao Trabalho Infantil. A cerimônia foi divulgada no Instagram (@mptrabalho) e no Facebook (@mpt.br) do Ministério Público do Trabalho.

A canção “Sementes” pode ser ouvida nas plataformas de streaming: Spotify, Amazon Music, Apple Music, Deezer e Tidal e o videoclipe, Youtube, já conta com mais de 4,6 milhões visualizações. “A música tem um poder extraordinário e a letra de ‘Sementes’ retrata de forma primorosa a triste realidade do trabalho infantil no Brasil. Não há como discordar da música, dignidade é inegociável. Sem água, sol e tempo, que botão vai se abrir?”, afirma a procuradora do Trabalho Ana Maria Villa Real, que destaca ainda o sucesso da campanha: "Fizemos uma campanha histórica, forte, coesa." O vídeo está disponível no canal do rapper Emicida.

12 MOTIVOS

A ação contou ainda com depoimentos, em vídeo, de pessoas que sofreram os impactos do trabalho precoce. A série, intitulada “12 motivos para a eliminação do trabalho infantil”, foi produzida pelas assessorias de imprensa dos Tribunais Regionais do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e publicada pelas instituições parceiras nas redes sociais.

O propósito era conscientizar sobre os riscos da exploração do trabalho infantil, que continua atingindo milhares de crianças. É o que reitera a ministra do TST Kátia Magalhães: “Foi um mês inteiro marcado por ações, vídeos, depoimentos de adultos que trabalharam na infância. Esses depoimentos impactaram milhares de pessoas, foram relatos reais, mostrando os impactos negativos que o trabalho infantil traz na vida adulta, roubando infância e afastando as crianças dos estudos.”

MOBILIZAÇÃO DIGITAL

A campanha, que aconteceu em meio ao cenário de pandemia, teve como slogan “Covid-19: agora mais do que nunca, protejam crianças e adolescentes do trabalho infantil”. Além das redes sociais, o tema também foi reforçado em várias matérias de rádio e podcasts produzidos pela Rádio MPT. “As mobilizações do 12 de junho de 2020, mostraram a força do trabalho em rede realizado pelos fóruns estaduais em seus territórios”, afirmou Isa Oliveira, secretária executiva do FNPETI.

Para Maria Cláudia Falcão, coordenadora do Programa de Princípios e Direitos Fundamentais da OIT, a escolha de Emicida como participante da ação foi essencial para aproximar um novo público. “Na grande maioria das vezes, essas campanhas acabam chegando para aqueles que já estão conscientizados dos malefícios do trabalho infantil. Ao se ter essa parceria com o Emicida, e por ser essa personalidade que tem uma influência tão grande em determinadas comunidades, em determinados segmentos da população, foi um diferencial que, talvez, conseguiu chegar a um determinado público que anteriormente as outras campanhas tivessem tido uma dificuldade de atingir.”

*Com informações da Ascom PGT.