Procuradora evidencia consequências do assédio moral em palestra no TRT 2/SP

"O assédio além de afetar a vida laboral da vítima, em alguns casos, pode resultar numa situação irreparável: o suicídio", sinalizou a procuradora do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco e vice-coordenadora nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade/MPT), Melícia Carvalho Mesel. Em palestra sobre assédio moral no auditório da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª (Ejud2), em São Paulo, a procuradora ressaltou a importância de debater esse assunto nos órgãos públicos e privados, enfatizando os riscos à saúde das pessoas trabalhadoras expostas a tal violência.

A procuradora do Trabalho do MPT em Pernambuco e vice-coordenadora nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade/MPT), Melícia Carvalho Mesel.
A procuradora do Trabalho do MPT em Pernambuco e vice-coordenadora nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade/MPT), Melícia Carvalho Mesel.

Na ocasião, a procuradora do Trabalho listou possíveis consequências do assédio moral. "Depressão, ansiedade e síndrome do pânico, por exemplo, são sintomas que podem surgir quando essas situações ocorrem. Além disso, o assédio afeta a qualidade e a produtividade no trabalho, afetando, assim, a vítima em todas as suas dimensões: física, psíquica, laboral, familiar, social e econômica ", disse. A procuradora do Trabalho evidenciou, ainda, o valor da escuta e a necessidade de se dar respostas que resolvam efetivamente as situações de assédio e previnam a ocorrência futura de novos casos, para o que devem as organizações investir em canais de denúncia, diálogo, mediação, além da capacitação constante de todo o seu corpo funcional, com vistas a evitar essa e outras violências. Para ela, é essencial, igualmente, que as relações trabalhistas sejam pautadas pela ética, transparência, boa-fé, respeito à dignidade humana, devendo, ainda, as instituições - públicas e privadas – promover a igualdade de oportunidades e a diversidade no seu ambiente laboral, como espelho da nossa sociedade, que é plural.

Promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT 2), o evento aconteceu nos dias 18 e 19 de Julho de 2022, de forma presencial, e foi transmitido no canal do YouTube da Ejud2, onde é possível conferir as palestras. Além da participação de Melícia Carvalho Mesel, a programação contou ainda com palestras do historiador e professor Leandro Karnal; da psicanalista Elisama Santos, da advogada Luanda Pires e do diretor da Secretaria de Gestão Estratégica e Projetos do TRT2, Márcio Milan.