Websérie “Tráfico de Pessoas no Brasil” segue até o dia 29 de julho

Brasília – Trabalho escravo doméstico, exploração do trabalho nas rodovias federais e aliciamento de pessoas mediante promessas de amor foram alguns dos temas já debatidos na segunda temporada da websérie “Tráfico de Pessoas no Brasil”. A iniciativa é realizada pelo Projeto Liberdade no Ar do Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Associação Brasileira de Defesa da Mulher da Infância e da Juventude (Asbrad) com apoio da Clínica de Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Dividida em 18 episódios com debates e pílulas do conhecimento, a websérie teve início no dia 1º de julho e vai até o dia 29 de julho. A websérie ocorre às 19h (horário de Brasília), e é exibida no canal da Asbrad no YouTube.

Um dos temas abordados foi o Projeto Mapear, que levanta pontos vulneráveis à exploração de crianças e adolescentes nas rodovias federais. O chefe do Serviço de Direitos Humanos da PRF, João Gabriel Dadalt, avalia que a análise é importante e para dar suporte aos agentes da linha de frente. “A partir do momento que a gente abraça os problemas e se torna gestor de políticas que envolvem diretamente soluções para esses problemas, a gente tem que conhecer a fundo. Eu não consigo resolver um problema se eu não conheço as causas dele. Então a implementação do tema tráfico de pessoas ao Projeto Mapear vai linkar perfeitamente com o que a gente já vem estudando há 18 anos”.

Em outro episódio, a websérie recebeu como convidada Madalena Gordiano, que foi resgatada de trabalho escravo doméstico durante operação realizada no ano passado e que teve participação do MPT e de outras instituições. Na ocasião Madalena contou como era a sua rotina. “Não tinha horário de descanso, hora extra, carteira assinada, nem 13º salário”.

O amor romântico como ferramenta de coerção e tráfico de pessoas também foi um dos temas abordados. A psicóloga Carolina Scodeler, que participou de um dos debates, foi uma das vítimas dessa tática utilizada pelos criminosos e deixou o Brasil rumo ao Marrocos. Somente em outro país ela percebeu que foi seduzida e que estava sendo vítima de um golpe. “Através dessa tela onde a pessoa está protegida é muito fácil simular as coisas. Tanto que ele conseguiu sustentar essa história comigo à distância por meses”, explicou.

Como boa parte dessas vítimas está fragilizada, o atendimento humanizado é primordial. Principalmente para travestis e transexuais, que sofrem com preconceito e discriminação. A psicóloga e presidente da associação de travestis e transgêneros de Goiás (Astral-GO) Beth Fernandes defende a discussão do tema, pois muitos profissionais que atuam na repressão ao crime ainda têm dúvidas. “Nós temos excelentes profissionais que querem fazer um atendimento humanitário, mas o pecado maior é não saber como tratar essas pessoas e de que forma se trata”.

Certificação – Além de conscientizar a sociedade sobre o tema, a websérie “Tráfico de Pessoas no Brasil” também concede certificados digitais com 2 horas de atividades durante todos os dias de exibição da websérie. Para obter o certificado de participação do dia, as interessadas e os interessados deverão realizar cadastro por meio de QR code disponibilizado no chat do Youtube durante a transmissão ao vivo. Aqueles que receberem, pelo menos, 14 certificados de participação, poderão convertê-los em um certificado único de Curso de Inverno emitido pela Clínica de Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Parceria entre Asbrad e Latam – No primeiro episódio, foi anunciada uma parceria entre a Asbrad e a Latam que permitirá a concessão de passagens aéreas gratuitas para pessoas que foram identificadas em situação de tráfico humano e não possuem recursos econômicos para retornar às suas localidades de origem. A iniciativa é apoiada pelo Projeto Liberdade no Ar, do MPT, onde serão veiculadas campanhas de conscientização e treinamentos para as equipes de bordo e terra da Latam.

COM INFORMAÇÕES DA ASCOM PGT.